A sustentação dos Equinos
Em se tratando de cavalos domesticados, a grande maioria tem sido vítima dos métodos empíricos e antinaturais de aparação de cascos e ferrageamento, com características que contrariam o processo natural de sustentação mecânica do cavalo. Os prejuízos resultantes deste mau serviço chega na casa dos 80% nos anteriores (mãos)que sustentam cerca de 65 a 70% do peso vivo do animal. Precisamos identificar alguns pontos importantes antes de sair aparando os cascos que são:
• Conhecer a condição anatômica ideal de cada cavalo antes de iniciar a aparação e o ferrageamento. Esta condição é dada pelo ângulo da paleta (escápula) com a horizontal.
• O eixo quartela – casco deve ser reto, quando temos uma diferença desse eixo, podemos ter um cavalo achinelado ( baixo de talão ) que provocam intensa pressão na parte anterior das articulações dos ossos digitais, distenção constantes de tendões flexores, compressão excessiva do osso navicular e alteração do vôo do casco provocando muitas vezes o alcance do pé na mão.
• As barras não devem ser cortadas , pois elas são a continuação da muralha de sustentação e tem a finalidade de transmitir o peso para a periferia do casco e de constituir um escoramento ideal para impedir o estreitamento dos talões e bulbos. A ausência das barras concentra peso sobre os talões e ranilha.
• Sem respeitar estes itens acima a sola por sua vez perde a concavidade, são grossas e planas, sem muita flexibilidade e capacidade para absorver choques e sustentar o peso. A falta de concavidade diminui as ações de contração e expansão, deixando o animal muito sentido dos cascos, pois a sola fica muito perto do chão e qualquer pedrinha pode ferí-lo.
• A abertura das ranilhas (coração do casco) é fundamental para o arejamento da sola (maior entrada de ar) e facilidade para o movimento de abre e fecha dos talões do casco e do trabalho de dilatação da ranilha. Quando não abrimos a ranilha podemos ter frieiras provocando além de mau cheiro uma diminuição da performance do animal.
Hoje temos a facilidade de acesso a cursos que demonstram na prática a forma ideal de aparação e ferrageamento e formas de corrigir problemas antigos, sugiro que sempre ao chamar um profissional se certifique que ele tem conhecimento sobre o assunto, muitas vezes o barato sai caro. Problemas de locomoção não se apresentam logo no início e sim ao longo do tempo.
Abraços
Alessandro de Souza